Disturbios do sono

Cada pessoa realiza por noite entre 3 a 5 ciclos por noite.

Durante as três primeiras fases do sono, o corpo economiza energias, promove a reparação de tecidos, o aumento da massa muscular e ocorre a libertação da hormona de crescimento. Já na fase REM, há a consolidação da memória e da aprendizagem. Quando a pessoa está a dormir e é acordada, seja por algum fator ambiental como barulho, parceiro(a) mexer ou ressonar, ou patológico do sono, como parar de respirar (apneia), comportamentos violentos, mexer as pernas durante a noite, a pessoa volta imediatamente à fase 1 do sono, comprometendo esse processo e fragmentando o sono.

Insónia

A insónia é um dos principais disturbios do sono inclui a dificuldade em adormecer, manter o sono, ou acordar demasiado cedo.
Estes episódios podem ser transitórios, durar algumas semanas, ou serem crónicos.

Existem vários tipos de insónias, sendo a psicofisiológica a mais comum, que pode ter como causa o stress do dia a dia, que dificulta o adormecer.
Veja outras causas de insónia

Perturbações respiratórias relacionadas com o sono

A síndrome de apneia obstrutiva (central ou obstrutiva) é a manifestação mais comum de entre os distúrbios do sono respiratórios, juntamente com a roncopatia. A apneia é caracterizada por pausas respiratórias involuntárias, levam a um sono com ventilação inadequada, fragmentado e de baixa qualidade.

Distúrbios centrais de hipersonolência

Este grupo de distúrbios do sono é caracterizado pela queixa primária de sonolência excessiva diurna sem causa relacionada a outros transtornos do sono ou desajuste do ritmo circadiano.

A sonolência diurna é a incapacidade de se manter acordado e/ou alerta durante a maior parte do período de vigília, resultando em sestas ou períodos de sono não intencionais durante o dia. A sonolência pode persistir mesmo quando se observa um incremento considerável no tempo total de sono. É comum a sensação de sono não reparador nos transtornos de hipersonolência central, gerando um aumento na necessidade de realizar sestas.

A Narcolepsia com ou sem cataplexia é o distúrbio representante deste grupo, cuja origem está associada aos níveis de hipocretina (ou orexina – neurotransmissor envolvido na regulação da vigília) no cérebro. Pacientes com narcolepsia relatam ataques de sono involuntários ao longo do dia, muitas vezes iniciados pela fase de sono REM.

Distúrbios do ritmo circadiário sono-vigília

Estes distúrbios, integrados nos disturbios do sono caracterizam-se pela desregulação entre o ritmo endógeno e exógeno, ou seja, quando o ritmo biológico do organismo não está sincronizado com o ritmo ambiental (dia e noite) e ritmo social (horário das refeições, horário de dormir e acordar, etc).

• Jet lag
• Atraso da fase de sono
• Avanço da fase de sono
• Padrão circadiário irregular do ciclo sono-vigília
• Padrão sono-vigília diferente de 24h
• Transtorno do trabalho por turnos

As parassónias (alterações do comportamento do durante o sono)

As parassónias também dentro dos disturbios do sono envolvem comportamentos noturnos involuntários, podendo acontecer durante o período de sono NREM ou REM, na transição da vigília para o sono ou no despertar.

Parassónias do sono NREM:

• Despertares confusionais
  Despertares parciais, com fala arrastada e sudação. Pode ocorrer choro inconsolável ou agressividade. Em geral, duram segundos, mas podem ser mais prolongados.

• Terrores noturnos
  Episódios de despertar parcial súbito, acompanhado de gritos, com comportamento de sentar na cama com expressão assustado(a), sudação e taquicardia. Os episódios duram 3 a 5 minutos, retomando o sono de forma espontânea.

• Sonambulismo
  Comportamento de sentar, levantar ou andar durante o sono, podendo ocorrer vocalizações. Em geral, não há recordação da experiência, mas podem existir casos de recordações oníricas associadas aos comportamentos.

• Transtornos alimentares durante o sono
  Comportamento de comer durante a noite, com ou sem consciência para o evento. Pode ocorrer um aumento de peso, sem explicação, devido aos episódios noturnos de comer, sem recordação.

• Enurese noturna
  Perdas de urina durante o sono que apresentam um impacto importante no comportamento da criança ou do jovem, no seu bem-estar e vida social, além de ser uma fonte de stress para o próprio e para a família.

As parassonias do sono NREM acontecem durante a fase de sono profundo (N3), principalmente na primeira metade da noite.
Durante a infância, estes comportamentos estão associados à imaturidade do sistema nervoso central e/ou privação de sono. Com o crescimento da criança, estes comportamentos tendem a diminuir ou até mesmo desaparecer.

Em adultos, a presença destes comportamentos (disturbios do sono) está associada a fatores genéticos, sendo o stress um gatilho para a manifestação destes comportamentos.

Disturbios do movimento relacionados com o sono.

Estes disturbios do sono são caracterizados por movimentos repetitivos e excessivos, que acontecem de forma involuntária, perturbando o sono e podendo levar à sensação de sono não reparador, à fadiga e/ou sonolência excessiva diurna.

Os principais representantes deste grupo de distúrbios do sono são:

• Síndrome das pernas inquietas (SPI);
  Alteração sensoriomotora, na qual o paciente apresenta sensação de desconforto, com forte necessidade de mexer as pernas para alívio parcial do desconforto. A sensação é pior nos períodos de repouso, sobretudo à noite.

• Movimentos periódicos dos membros;

• Cãibras nas pernas relacionadas ao sono;

• Bruxismo;
  Caracterizado por bater, ranger ou apertar os dentes durante o sono

• Transtorno do movimento rítmico relacionado ao sono;

• Mioclonia (contrações repentinas e involuntárias de um músculo, geralmente acontecem na transição da vigília para o sono).