A saúde mental e o acompanhamento em equipa multidisciplinar: desmitificando crenças

Um texto escrito a duas mãos, por Psicologia e Psiquiatria.

 

A saúde mental continua a ser alvo de grande estigma. Não raras vezes, ouvimos discursos baseados no medo e na falta de informação, quer sobre o tema, quer sobre o tipo de profissionais que o podem ajudar. Neste sentido, decidimos, enquanto equipa, escrever-lhe este pequeno texto, onde procuramos desmistificar o conceito de saúde mental.

De acordo com a definição da Organização Mundial de Saúde, saúde mental não é a simples ausência de doença, mas sim um estado de bem-estar em que cada indivíduo concretiza o seu próprio potencial, conseguindo lidar com os desafios normais da vida, trabalhar de forma produtiva e é capaz de contribuir para a sua comunidade.

Neste sentido, podemos dizer que não existe saúde sem saúde mental, uma vez que esta última está diretamente relacionada com a forma como vivenciamos os nossos desafios, como utilizamos as nossas estratégias e com a forma como integramos a informação que chega até nós através dos mais variados canais e sentidos. Da mesma forma, o bem-estar psíquico predispõe para uma melhor saúde física.

 

Quando procurar ajuda? 

Quando o bem-estar supramencionado é afectado, com impacto na nossa funcionalidade quotidiana, é recomendável procurar ajuda especializada. No que concerne ao tipo de acompanhamento psicoterapêutico a procurar em situações em que a saúde mental está comprometida, há dois caminhos – complementares – que importa esclarecer:

  • A Consulta de Psicologia, realizada por um profissional formado em Psicologia clínica, que tem como objectivo avaliar e intervir nas doenças mentais, elaborando planos de tratamento cientificamente validados e em função da situação de cada indivíduo. Decorrente das especificidades de cada doente, o Psicólogo poderá considerar benéfico o estabelecimento de um plano de psicoterapia (consultas de frequência semanal/quinzenal), a realização de uma avaliação neuropsicológica, reabilitação cognitiva, terapia cognitivo-comportamental, terapia de casal, terapia de grupo, entre outros;
  • A Consulta de Psiquiatria, realizada por um profissional formado em Medicina e especializado em Psiquiatria, que tem como intuito avaliar o estado de saúde, diagnosticar a doença mental, prevenir e tratar, de acordo com as comorbilidades de cada doente. O tratamento pode ser não farmacológico, passando por alterações do estilo de vida (dieta, exercício físico), intervenção psicoterapêutica, ou farmacológico.

O objectivo final passa, sempre, pela recuperação máxima da funcionalidade. O utente começa por procurar ajuda numa destas consultas, onde sente que mais se adequa às suas necessidades. O tratamento pode passar por um acompanhamento unicamente psicoterapêutico, por medidas estritamente farmacológicas, ou por ambos, sendo que a evidência científica, na maioria das patologias, é clara: o acompanhamento multidisciplinar (por Psicologia e Psiquiatria) é aquele que tem melhores resultados.

 

Drª Eliana Almeida e Drª Diana Mortágua

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